Primeiramente, é preciso pontuar que, embora sejam noções complementares, a governança corporativa e compliance não são sinônimos, possuindo diferenças fundamentais entre si.
Como já vimos em artigo anterior, a governança corporativa traz a ideia de um conjunto de princípios e institutos voltados à otimização da gestão das companhias. Ela garante que os processos e as estratégias estão sendo corretamente seguidos, além de promover uma cultura de prestação de contas na empresa.
Por outro lado, compliance pode ser definido como a prática de agir de acordo com a legislação vigente, ou seja, em conformidade com as leis e normas a que a empresa está submetida, sejam elas externas ou internas. Mas quais são as semelhanças e diferenças entre os dois conceitos?
Em artigo sobre os princípios da governança corporativa, falamos sobre o princípio da transparência, o qual consiste na política de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
Nesse contexto, a governança corporativa é fundamental para que a empresa demonstre o seu compromisso com a ética. Por outro lado, o programa de compliance é diretamente responsável por garantir que a empresa esteja agindo de acordo com as normas. Logo, sem um programa bem estruturado, muito provavelmente não se terá êxito em uma gestão de governança corporativa.
O compliance está diretamente ligado à gestão de riscos e ao respeito às regras, demonstrando que a organização cumpre suas normas. Já a governança corporativa consiste em um modelo de gestão, baseado na transparência, tanto para o público interno quanto para o mercado, uma maneira de transmitir mais valor e segurança para a empresa.
Em suma, compliance e governança corporativa são complementares. A empresa que investe em ambas garante, para si, o desenvolvimento e a consolidação de uma cultura organizacional permeada por valores éticos, integridade e controle interno. Ganha, com isso, eficiência em seus processos de forma a permitir a perpetuação do negócio e sua sustentabilidade econômica e financeira.
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